A palavra do "Senhor" espalha-se rapidamente pelo West End Londrino: A igreja do Reverendo Bingo acolitado pelos "meninos de coro": Raoul, The Doc e Stinky, vão reunir-se num antro tex mex a que alguns "iniciados" chamam de Borderline.
Duzentas libras ao câmbio de 1991, era o preço para "a salvação". Afinal "Deus" tem os seus métodos tão caros como estranhos. A penitência incluía a escuta obrigatória de uma versão de Tom's Diner, de Suzanne Vega, interpretada pela banda do Reverendo que nessa noite de 14 de Março de 1991, pisava o mesmo altar de Buddy Guy, Albert Collins, Rory Gallagher ou Pere Ubu...
Os Bingo Hand Jobs não se tornaram sequer numa lenda morta, quanto mais viva, porque não passaram dessa noite, fechando a sacristia tão rapidamente como a partilharam com os fiéis. Dizimo? Não, apenas uma (grande) nota de rodapé e a sacrossanta raridade do momento pop que o NME define como uma das grandes peregrinações de música e fé, jamais vividos em Londres.
Uns dias antes estavam mesmo "Out of Time", iniciando uma incrível transformação: a de maior banda de garagem, pub/bar ou auditório da Faculdade de Letras de Athens, Georgia. Num fenómeno pop que, no seu longo arco de vida, se desenhou em absoluto paralelo com o início do fim da indústria do disco, tal como a conhecíamos. Nessa noite, os R.E.M. despediam-se de si próprios para nunca mais se re.encontrarem. E, como disse o único Antonio Oliveira, logo após uma inesquecível noite europeia, celebrando três golos, três FootJobs de estalo, contra o Dinamo de Zagreb: "Quem não viu, tivesse visto...".
São tantos os Baldwin que o mais fácil é confundi-los a todos. E se o cenário é o caótico AFI, uma feira de filmes ao melhor estilo feira semanal de Espinhos, "misturada" com a clássica Vandoma, está encontrada a receita para o desastre. Alec? Stephen? Daniel? Por azar era o William...
Gaffe? Acto de loucura? Excesso de confiança? Admito. No final de uma agradável conversa, decidi contar uma anedota sobre os dotes de condutor de Stevie Wonder. Até aqui, nada de especial, a não ser que o meu interlocutor era o próprio...
Jet Lag? Alucinação com origem em Amesterdão, ponto de partida da longa viagem? Alguma influência extraterrestre algures entre o Ártico e a descida para o estado do Nebraska? Provavelmente. Mas se juntar os frenéticos bastidores de um evento como, os já falecidos, Blaockbuster Awards e um filme tão bizarro como "Face Off de John Woo", o tribunal popular talvez possa perdoar- me por ter confundido Nicolas Cage com John Travolta...
Paris, 1995: Os Stones transformam a habitual e aborrecida conferência de imprensa numa espécie de "chá das 5". Cenário: o covil/embaixada parisiense George V, um antro lendário, um poderoso naco de cultura Stones agora "decorado" num "centro de negócios" com honras da casa feitas pelo jovem e energético "marketeer" de nome Mick Jagger.
"Será que nos vai vender um WV?", ironizava João Adelino Faria, uma das "marcas" de referência do jornalismo televisivo nacional, atento aos sinais de fumo lançados pela nova tour dos "eternos", preparando a estratégia para enfrentar o CEO Jagger, o cérebro da operação financeira/mediática em curso...
Quanto ao futuro Rei dos Piratas das Caraibas, o figurão que me tinha calhado em sorte, a estratégia teria de ser necessariamente outra: não mostrar receio pelo poderoso "adversário"; jogar concentrado e procurar "ter posse de bola". Não confundir respeito com fascínio e não deixar á solta o temível "ponta de lança", número 9 da guitarra, Keith Richards.
Garrafa de gin na mão, ziguezagues então ao melhor estilo Jack Sparrow/Johnny Depp e atitude de quem tanto pode ser o nosso novo melhor amigo como espetar-nos uma faca à primeira oportunidade.
"Vamos lá a isto young man!". O que dito pelo Glimmer Twin tem de facto outro significante...
" Comeback" , o pilar emocional da pop cultura anglo-saxónica, o mito urbano , o que e no caso de Ozzy Osbourne: é redutor: snifar formigas, urinar no Alamo, morder numa pomba branca, sáo " cartóes de visita" que tornaram o regresso do vocalista dos Black Sabbath ao " mundo dos vivos", num mitologico milagre de proporções biblicas..
1993.Os sinais de retoma de Ozzy, se bem que mais vitais do que os da economia nacional no seculo xxi, náo eram ainda suficientemente robustos , para antever a " remontada" : só mesmo sob os efeitos de um poderoso " acido televisivo" é que se poderia imaginar que o metalurgico de Birmngham se tornaria num patriarca 2.1 da nova e digital Familia Addams
Reduzir Ozzy XXI como uma serie de acidentes cosmicos, citaçóes musicais das bandas de Seattle, ou simplesmente um produto de um maquiavelico reality show rock, é uma completa injustiça para a Dama de Ferro do Rock, a Sra Heavy Thatcher, a generala que ciente das suas funçoes vagueava , atenta, pelo covil -escritorio, situado na chic Avenida Melrose de Los Angeles...
E o que fazia , " indefeso " e " vulneravel" no covil da Bruxa Rock? cumpria uma missáo delineada em Londres:obter declaraçoes de Ozzy sobre o delirante British Steel, em especial as suas opinióes sobre os colegas de movimento musical., Judas Priest., para futura inclusáo num documentario a ser produzido pela Music Box..Nada de especial, ou talvez náo, porque " toldado" pela freak show oferecido pelo Rei das Trevas, bombardeado com rajadas de declaraçoes incongruentes debitadas num inglès " espacial", regado por uma dose industrial de " drunfos", ou o quer que fosse, rapidamente me transformei numa especie de pendura de uma etapa do famoso Rallye de Portugal dos anos 80.Arganil jornalistico? acho bem, até porque pior do que náo perceber nada do que Ozzy " ladrava" náo consegui colocar a unica questáo que interessava aos meus produtores ingleses...
Eram 4 no exiguo palco.De Dublin, com apenas um single chamado Eleven O clock Tick Tock no bornal.
Está tudo em www.u2tours.com, um sério porto de abrigo para fãs mais hardcore, ou para queme e como eu apresenta " dificuldades de memória", dano colateral provocado pela clara vitória do sexo sobre o rock...
" És sempre o mesmo..", acusava -me um desses zelotas ,o emu irmão Fernando " envenenado", por programas como o Pogo da France Inter, especie de Madrassa New Wave internacional..
E a que se devia esta Fatwa musical? simplesmente ao facto de ter abandonado o concerto algures entre " An Cat Dubh" e " Into The Heart",encantado pelas suculemtas curvas da loirissima e muito alemã Anke Landschreiber.A missa campal e respetiva liturgia interpretada por um " sacerdote" de nome Paul Hewson coadjuvado pelos meninos de altar Edge, Larry Muller Jr e Adam Clayton
p.s. a vingança serve se fria: a 31 de Outubro de 1981, na mesma cidade mas na Igreja psicadélica Paradiso, e sem a Anke de Dussseldorf a impedir me de participar na cerimonia até ao seu climax, pude ver o futuro...
"Aquele" não era o " diabólico" Paganini do Rock.O adorador de Alastair Crowley,.O " responsável" pela ondas de magick que dizimaram os Led Zeppelin." Aquele" não era o brujo de Dazed and Confused.Poderia ser um executivo bancário a viver um fim de semana rock.Um pai de familia discreto e reservado, empurrando um carrinho de bébé ,perdido no mais gigantesco backstage rural do planeta.Poderia ser tudo isso , mas não " era"
Jimmy Page.Sei que não era" porque fui quem lhe indicou o caminho certo, a Starway para Glastonbury...
No mesmo local.Na mesma passadeira de peóes, aguardando que o e .vermelho se tornasse e .verde.Em Londres.Imaginei que estava em Abril de 1965.
Ajudou re.ver Help e Hard Days Night, ou a " uberdose" de cartoons dos Beatles.O nome da personagem que ao meu lado aguardava uma simples mudança de cor de semaforo, para poder atravessar uma rua de Knightsbridge, não era apenas mais um excêntrico e anónimo londrino.Mas poderia ser; chamo lhe Richard Starkey.Em 1965 era algo bem diferente : era um Beatle...
Seguidos por uma fauna de " cínicos" , os Dog Star conseguiram a indesmentivel " façanha" de serem e sem duvidas algumas a pior banda de Hollywood
A santa , mas não necessariamente talentosa aliança, entre o cinema e rock and roll, é o resumo da "kitschmente" delirante vida do power trio liderado pelo" baixista" , isto é Keanu, a forma como o futuro Neo era apresentado pelos " outros dois".Sim, fui " vouyer pop".Confesso,E a legião de " rockettes" , um extra ritualizado que Hollywood já tinha visto com as " bobbysox" que molhavam os auditorios por onde Sinatra derramava charme italo-americano...
Não foram apenas as " catacumbas" do indie rock, os cenarios de observação da estrela renitente , um bizarro vagabundo , em queda livre pela colorida 3dstreet de Santa Monica, um centro comercial neon ao ar livre criado por Frank Gehry.E a conclusão era simples: ou Reeves vivia ali perto, ou mais prosaicamente acreditava que dessa forma passaria despercebido...
Até porque o sex symbol du jour de Hollywood, não poderia ser " aquela figurinha" que mesmo à minha frente estacionava uma versão californiana das celebres Famel Zundapp, que nos anos 70 enxameavam de ruido e fumo as estradas do nosso Portugal